As Ilhas Britânicas
Inglaterra
Em 1197, os normandos já se haviam estabelecido prosperamente em Bretanha, embora seguisse havendo choques com a nobreza local. É uma época de expansão para a Inglaterra, pois os normandos impuseram uma intricada burocracia que [abarca] a nobreza, a peble e a igreja. A casa real normando-angevina manteve-se a si mesma e a seu poder devido a uma complexa administração centralizada, sustentada com os impostos das operações comerciantes e da riqueza dos proprietários de terras. Porém os interesses dos angevinos nesse período se concentraram em seus territórios da França, que perderam pouco a pouco no inicio do século XIII; isso fará com que dirijam sua atenção com maior firmeza para o norte, a Escócia, o oeste, e Gales.
A Inglaterra é uma boa terra e está sendo colonizada rapidamente. Um crescente número de pessoas pede para que mais e mais terras sejam preparadas para serem dedicadas à agricultura, e as cidades inglesas crescem em ritmo exuberante. Vilas, monastérios e abadias enfeitam a paisagem, até o menor vilarejo possui uma igreja, normalmente de pedra. Isto fez com que uma elevada população de Lupinos abandonasse a ilha, fazendo com que a maioria de dirigisse para os verdes e menos povoados bosques e colinas da Irlanda.
Londres, a capital da Inglaterra, de intensa atividade e comércio. Os normandos não só construíram fortificações e castelos na capital como também em seus arredores, senão por todo o país. A Torre de Londres foi erguida por Guillermo, o Conquistador não só como forma de fortificar a cidade, mas também para manter vigiados os seus potencialmente rebeldes novos súbitos. Londres é também um quartel general da vasta e influente Igreja inglesa. Os normandos a empregam para que ela assista ao seu governo do país, e muitos dos administradores e burocratas do governo são monges e sacerdotes.
O rei Ricardo Coração de Leão governa a Inglaterra, porem raramente permanece em seu reino. Passou muito tempo combatendo os mulçumanos na Terra Santa, e suas batalhas com Saladino estão adquirindo repercussões lendárias. Juan, irmão de Ricardo, governa em sua ausência, e ambiciona ocupar seu posto no trono.
Cainitas Locais
Os Ventrue controlam firmemente a nobreza normanda da Inglaterra, e tentam usar o país como base de poder para a criação de um estado nação aristocrática e unificada, não muito distinto ao que ajudaram a criar em Roma, porém é de se supor que não são o único clã na Inglaterra. Os Toreador emigram em um numero cada vez maior, conseguindo um firme apoio da Igreja e supervisionando a construção de grandes catedrais, especialmente em York e Lincoln. Inclusive pode-se encontrar alguns poucos Tremere explorando cada vez mais escassos lugares mágicos e místicos. Há alguns Nosferatu ocultos em cavernas e pequenos montes, porém é comum entre seu próprio sangue, que prefiram viver solitários.
Há alguns Cainitas muito notáveis na Inglaterra nessa época. Sem sombra de dúvidas, o mais poderoso de todos eles é Mithras, príncipe de Londres, um Ventrue de 4ª geração que vem sendo há muitos anos um poder oculto por detrás do trono inglês. Mithras vê com bons olhos as ambições de Juan, o irmão do rei Ricardo, e tenta em segredo converte-lo no novo rei (ocorreu uma tentativa de Dominar Ricardo, porém por alguma razão, ele se demonstrou imune aos efeitos da Disciplina). Mithras desconfia imensamente do Tremere, e tão pouco admira os Toreador: crê que as recentes ações contra as possessões normandas na França seja obra desse clã.
Pelas redondezas de Nottingham vive um grupo de ladrões e foragidos unidos por baixo da liderança de um cainita chamado Robin Leeland, um Brujah puro e duro que se aliou a nobreza exilada frente aos excessos do “rei” Juan. Robin Leeland sente um grande respeito por Ricardo, a quem considera um homem de honra e um governante benévolo. Com a ajuda da jovem Patrícia de Bolingbroke (supostamente a assassina de Tomás Backet, o Arcebispo de Canterbury), Robin buscará Dominar Ricardo para que ele retorne, o que seria um duro golpe para os Ventrue que governam por detrás do poderio normando.
Gales
Gales é uma terra independente e subsidiaria da Inglaterra dominada pelos normandos. Uma confusão de pequenos reinos independentes, Gales consegue manter uma cultura distintiva com a ajuda dos bosques e colinas.
Três reinos dominam Gales: Deheubarth, Gwynedd e Powys. Gwynedd é o mais forte dos três, porém Deheubarth goza do apoio normando, graças a um tratado assinado e, 1171 pelos reis Enrique II da Inglaterra e Rhys Gruffidd de Deheubarth.
Os reinos e principados de Gales não mantiveram sua independência por muito tempo. As contínuas guerras entre eles levaram finalmente (em 1284) a um completo domínio inglês com o rei Eduardo II. A Igreja galesa, que antes era uma organização muito independente, cairá após o controle do rei e arcebispo de Canterbury.
Cainitas Locais
Os cainitas de Gales são cada vez mais e mais escassos e estão mais distanciados. A ausência das grandes cidades mantém separados muitos clãs, é em parte por isso que os Ventrue não exerceram sua influência sobre os normandos para conquistar Gales. Os Gangrel vêem esse reino como uma espécie de refugio das Ilhas Britânicas, é o ultimo lugar verdadeiramente pouco civilizado. Percorrem o campo livremente, porém isso está se tornando cada vez mais difícil à medida que aumenta a demanda de madeira galesa e a necessidade de terras de cultivo. Também se sabe que os Lupinos apreciam os bosques e as colinas, e Gales é um dos últimos pontos onde há fartura de ambos, ainda que não sejam tão numerosos como na Irlanda.
Escócia
A Escócia não caiu no jogo normando, e seus habitantes são fervorosamente independentes, preferindo a guerra à submissão. O país é governado pelo rei Guillermo o Leão, que foi derrotado pelos ingleses na batalha de Alnwick em 1174, e forçado pelo rei Enrique II a firmar um tratado que a Escócia acataria a autoridade do rei inglês. Nos anos seguintes, essa será à base das pretensões dos reis ingleses sobre as terras escocesas, levando a derrubada do reino da Escócia.
Escócia é na verdade três regiões distintas unidas por uma cultura e uma linguagem comum. Os Vales estão no extremo sul, com vales e colinas. Desembocam nas Terras Baixas, cheia de lagos e rios, que por sua vez conduzem as montanhas e colinas das Terras Altas. As populações dos Vales possuem o interesse voltado ao comércio com os ingleses do sul. Os das Terras Baixas se localizam principalmente em volta de Edimburgo e dos cursos fluviais. As Terras Altas estão governadas por diversos clãs, que guerreiam alternativamente uns com os outros, com os habitantes das Terras Baixas e contra os ingleses.
A liberdade da Escócia não durará para sempre. Ao final do século XIII, o rei Alexandro III morrerá sem herdeiros, dando inicio a uma luta pelo trono entre os nobres escoceses. Finalmente, John Balliol será coroado rei em 1292, em grande parte graças ao apoio do Rei Eduardo I da Inglaterra. Para grande descontentamento dos nobres escoceses, John jura lealdade ao rei Eduardo. Sem embargo, o reinado de John chegará ao seu fim quando escutando os conselhos dos nobres escoceses, não só se nega a acompanhar Eduardo em sua guerra contra a França, como se alia com o rei francês Felipe o Belo. Eduardo marcha ao norte, derrota John e faz com que renuncie a coroa da Escócia. Como medida de segurança, o rei Eduardo inclusive leva a Pedra de Scone, tradicionalmente utilizada na coroação dos reis escoceses. William Wallace, um plebeu de brilhante capacidade tática e grande aptidões para o comando, guia os escoceses e derrota a Inglaterra na batalha de Stirling Bridge, sitiando e tomando o castelo de Stirling. Apesar disso, o rei Eduardo se dirige novamente a Escócia, derrotando os rebeldes escoceses na batalha de Falkirk em 1298.
Cainitas Locais
Os Gangrel possuem o domínio das Terras Altas, e se sentem em seu lar entre os lagos e montes Grampianos ao oeste. Porém se depararam com a feroz competência dos vampiros Toreador, que vem desfrutando muito nos últimos tempos de suas invenções. Este clã afirma ter obtido uma importante vitória em 1192, quando supostamente os Toreador manipularão o Papa Celestino III para que separasse a Igreja escocesa da Diocese de York, controlada pelos Ventrue (estes, por suposição, respondem que não foi mais do que a política dos mortais). Os Toreador começaram a estabelecer-se em Edimburgo, deixando por um tempo que os Gangrel controlem as terras mais inóspitas.
Há poucas tribos de Lupinos disseminadas pelas Terras Altas, e tanto eles como os Gangrel contam historias de seres dos pesadelos que vivem nas cavernas e lagos da Escócia. As lendas mais conhecidas falam de um pegajoso e serpentiforme horror que vive nas profundidades do lago Ness, até os Grangrel teme passar por ali nas noites sem lua.
Irlanda
A ilha de Eire tem um traço histórico único de haver sido a única terra céltica não invadida pelos romanos e como tal há conservado a sua cultura celta mais do que qualquer outro país. Irlanda, sem duvida, não é um reino unificado, são quatro pequenos reinos governados em teoria por um Alto Rei, o Ard-ri. Os quatro reinos são Connaught no noroeste, Leinster no sudeste, Munster no sudoeste e Ulster no noroeste. Apesar de ser um dos berços da cultura celta, Irlanda foi convertida ao cristianismo no inicio do século V pelos milagres e piedoso estilo de vida de são Patrício. Os monges irlandeses são amplamente reconhecidos pelo seu conhecimento da cultura clássica, assim como por suas belas obras de arte e joalheria.
Irlanda está cercada por montanhas ao norte e ao sul, com planícies ai centro. A terra é fria e úmida, e a população apenas pode prepará-la para cultivar comida para sua própria subsistência, altamente exposta ao rigor do clima.
A história recente da Irlanda tem sido ativa e interessante, em 1166, o Alto Rei Rory O’Connor exilou Dermot McMurrough, rei de Leinster. Dermot buscou a ajuda do rei Enrique II da Inglaterra, que enviou o conde de Pembroke, Richard Strongbow. Porém Dermot não se conformava com o trono de Leinster, e desejava se converter em Alto Rei. Strongbow, que havia casado com a filha de Dermot, continuou sua conquista, proclamando rei de Leinster após a morte de Dermot em 1171. Rory O’Connor marchou em socorro ao povo de Leinster, que havia se rebelado contra o ‘rei’ Strongbow. Enrique II tinha suspeitas sobre as reais intenções de Strongbow, e enviou Waterford para confirmar as atitudes tomadas por seu súdito. Isso fez com que O’Connor e outros reis da Irlanda reconhecessem Enquire como seu senhor, que agora detinha um maior controle sobre a Igreja Irlandesa.
Enrique, no entanto, não perdeu tempo para consolidar suas possessões recém-adquiridas, mas reforçou sua fidelidade concedendo grandes extensões de terra aos nobres normandos. Esta tática foi respaldada pela construção de vários castelos e fortes e logo Muralha Inglesa, como ficou conhecida, abarcava a metade da costa leste da Irlanda, de Dublin a Cork. Na verdade, Dublin, Waterford e Cork são todas as cidades ‘reais’, que respondem apenas ao rei da Inglaterra, e não mais aos reis irlandeses ou barões normandos locais.
Cainitas Locais
A Irlanda é um paraíso para criaturas sobrenaturais expulsas do restante da Europa. Apenas os Grangrel encontram conforto no para além da muralha, e mesmo eles têm que competir com os Fianna e as fadas. A Irlanda é o último reduto de poder feérico na Europa: a luta entre os barões normandos controlados pelos Ventrue e os irlandeses ‘selvagens’ refletem a batalha entre os Cainitas e as Cortes Tradicionais e Caóticas ajudadas pelos Fianna. Os Toreador têm realizado progressos, mas também entraram em choque com os Ventrue, pode ver isso através da estranha situação encontrada em Dublin. Ali, Strongbow começou a construção da Catedral da Igreja de Cristo, porém, em 1191 o arcebispo de Dublin, respaldado pelos Toreador, começou a erguer a Catedral de São Patrício fora dos muros da cidade. O arcebispo teve construir muros separados para proteger São Patrício das incursões irlandeses, mas, as obras continuam em ritmo acelerado.
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